| Por N. S. Fernandes |
Giverny é uma cidadezinha mundialmente conhecida, que atrai multidões de turistas todos os anos. Afinal, Claude Monet, um dos maiores nomes do Impressionismo, a imortalizou em seus quadros, com seus jardins, a ponte japonesa e as ninfeias no laguinho.
É nesse cenário que um respeitado médico é encontrado morto, e os investigadores encarregados do crime se veem enredados numa trama em que nada é o que parece à primeira vista. Como numa tela impressionista, as pinceladas da narrativa se confundem para, enfim, darem forma a uma história envolvente de morte e mistério em que cada personagem é um enigma à parte – principalmente as protagonistas.
Três mulheres intensas, ligadas pelo mistério. Uma menina prodígio de 11 anos que sonha ser uma grande pintora. A professora da única escola local, que deseja uma paixão verdadeira e vida nova, mas está presa num casamento sem amor. E, no centro de tudo, uma senhora idosa que observa o mundo do alto de sua janela.
Arrepiada.
É assim que eu me sinto ao me lembrar do enredo desestabilizador de Ninfeias Negras. Não à toa, o autor francês Michel Bussi, que assina a obra, venceu cinco prêmios literários e seu livro foi romance policial mais premiado na França na ocasião do seu lançamento.
Começando pela construção impecável da narrativa, como o próprio autor já apresenta em suas primeiras páginas, passando pelo enriquecimento cultural do livro em si, que traz embutido em sua história dezenas de fatos e casos que aconteceram na história da arte, Ninfeias tem uma trama milimetricamente escrita, com pistas que se interligam e ao mesmo tempo fazem o leitor se perder em seus próprios devaneios. É impossível não amar e odiar os personagens, lutar por suas vitórias, suar frio com seus erros e, no fim, aplaudi-los de pé.
O mistério em si e a maneira com que tudo se transforma nas últimas páginas do livro desdobram em uma solução tão inesperada, que a cada página concluída, os olhos e a boca se arregalam ainda mais. Sim, Michel Bussi escreveu um livro que é impossível adivinhar seu final antes de lê-lo efetivamente.
Ninfeias Negras é um livro altamente recomendado para amantes de romances policiais e que vai, da melhor maneira possível, rir da sua cara a cada teoria criada, porque, definitivamente, ele tem o final mais imprevisível que eu pude ler em um livro.
N.S. Fernandes é uma publicitária, designer, escritora e capista que faz tudo e mais um pouco. É fanática por Stephen King, tatuagens, óculos escuros, frituras e Las Vegas. Para conhecer suas obras, clique aqui: Amazon.
Que prazer enorme participar do CJL com essa resenha! Voces sao demais!
ResponderExcluirFaz um bom tempo que não leio um romance policial, e essa resenha me deixou com vontade de ler Ninfeias Negras. Vou procurar depois, porque se Dona Saj recomenda, é porque é bom mesmo!!
ResponderExcluirEu espero que vc goste, eu achei um livrão, viu!?
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