Destino Mortal, de Suzanne Brockmann

|  Por Clara Taveira  |

Eita, que livrão, minha gente do céu! Não pelo tamanho (ok, pelo tamanho também), mas pela ação deliciosamente frenética! É totalmente compreensível o apelido da autora! Ela realmente é a mestra do suspense romântico!

Vamos por partes, que quando um livro me anima, eu fico meio imbecil e saio usando mais adjetivos no texto do que deveria.

Destino Mortal foi uma cortesia da Editora Valentina (obrigada, sua linda!) que, quando chegou aqui, a primeira coisa que eu fiz foi esfregar na cara. Verniz aveludadinhooo!! Sim, eu tenho probleminhas com coisas aveludadas. Quero passar todas no rosto. No hortifruti, por exemplo, eu tenho que correr da seção dos pêssegos, ou preciso levar um, de tanto que esfreguei na bochecha.

Depois que alisei bastante a capa do livro (graças a Deus que não tinha um tanquinho ali, imagina se meu marido chegasse e me visse esfregando a cara em um six pack? Raphael estaria rindo de mim até hoje), aí sim fui ler. O livro foi indicação de uma amiga, que disse ter uma história complexa e bem interessante naquele tijolão. Graças à deusa que eu escutei ela! Em geral, eu não escuto, confesso que quanto mais uma pessoa diz que o livro é legal, mais eu fico receosa. 

Ah, gente, eu sou uma pessoa que se deixa influenciar demais pelo hype! Tipo, muito! Quanto mais se fala em um livro, mais eu viro cachorro olhando frango rodando na padaria. Por isso tenho medo de me decepcionar, aí acabo adiando.

É sério. Não riam. Meu bolso sofre com isso.

Mentira, não sofre não, eu conheço os melhores sebos do Rio de Janeiro e sou tipo aquelas tias doidas de cupom de desconto: encontro tanta oferta em livrarias que só Deus na causa. Já mencionei que comprei um livro novinho da Aleph por cinquenta centavos em um brechó? Já, né? Ok, vamos voltar para o que importa: Destino Mortal.

O que o Booklist diz sobre o livro é a mais pura verdade, e eu cito aqui:

A combinação perfeita e fantasticamente bem construída de personagens inesquecíveis, desejo à flor da pele e tensão na veia.

Menina, eu repito o que disse no começo da resenha: que livrão! Mistura romance, suspense, ficção científica, tudo isso de um modo que, apesar das 500 e tantas páginas, não te deixa entediado ou cansado. Pelo contrário: quanto mais eu lia, mais eu queria saber o que aconteceria!

Além de dar nome à série, Destiny é o nome de uma droga poderosíssima (e igualmente perigosa) vendida a preços astronômicos por causa de seus efeitos: basicamente, quem a consome ativa a região do cérebro responsável pelo não-envelhecimento. A pessoa se droga e, puft! Antioxidante nas suas fuças. Todo mundo com carinha e saúde de vinte e cinco.

(Ok, eu com 25 anos tinha a saúde de um idoso fumante, mas ninguém precisa saber disso, né?).

Além disso, a Destiny é uma excelente potencializadora do restrito acesso a regiões inexploradas do cérebro. Imagina a loucura: além de ficarem novinhos, os usuários da droga passam a desenvolver habilidades outrora impossíveis: das clássicas telecinese até loucas como soltar raios elétricos pelo… hm… bom, já dá para imaginar.

O problema é que o governo está abafando a epidemia que a Destiny é, portanto os efeitos a longo prazo são desconhecidos pela maior parte da população. É aí que entra o Instituto Obermeyer, um centro de pesquisas privado que está empenhado em não somente impedir que a droga continue a se espalhar, como também em treinar pessoas que não precisam dela para ter acesso aos tais poderes.

No meio disso tudo, temos diversos personagens, mas o foco do livro é nos dois protagonistas, a Mac, uma Maioral, ou seja, um mulherão que consegue atingir taxas de integração neural impressionantes, e que, obviamente, trabalha para o IO, e o Shane, um ex-Navy SEAL que é expulso de seu antigo grupo de elite e sai com uma mão na frente e outra atrás.

Os dois se conhecem, se pegam, fazem um love, só que jamais imaginariam que trabalhariam juntos. Até aí, nada de novo na hora do país, né? Pois é, só que o clichê de “casal que dorme junto e no dia seguinte descobre que são colegas” é o único clichê mais ou menos blé do livro. O restante do livro (ou seja, as outras 450 páginas) é lotada de ação, de surpresas e reviravoltas e de cenas que te fazem segurar a respiração e querer pular páginas para saber se tudo deu certo no final. Sei que é meio lugar comum dizer que o livro te prende do começo ao fim, mas eu juro: ele te prende do começo ao fim. 

Ah, falando em fim: há uma surpresinha lá: o conto que mostra por que raios o pobre do Shane foi expulso dos Navy SEAL. Coitado do homem, meu Deus. Só se ferra.

Assim como Oryx & Crake, de Margaret Atwood, e Frankenstein, de Mary Shelley, Destino Mortal é uma obra te faz refletir sobre os efeitos da interferência humana no equilíbrio do planeta. Sabe aquela história de não mexer em time que tá ganhando? Então. Bora deixar as áreas restritas do cérebro quietinhas, né? Deve haver um motivo para ninguém fazer a Carrie por aí e levantar mesas, concorda?

Livro recomendadíssimo e deliciosamente empolgante.


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